O mar acomoda-se nas vontades do dia
como a embalar um filho sob a bolsa d'água
numa longa e doce gestação.
A brisa e o tempo dançam coladinhos
inventando balés
arrepiando pêlos
numa rara e suave melodia
que um dia algum poeta inspirado escreveu.
Jogo minhas indiferenças ao vento.
Fecunda algo lembrador de plumas.
Fico leve.
Meu corpo não é mais corpo.
A emoção faz de mim
depósito de licores raros
prontos para serem sorvidos.
Em doses lentas e frequentes de contentamento.
Rosy Moreira
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