Visto-me de rendas,
transparente e fugaz
como o instante que corre lento entre os dedos.
Talvez para esquecer
que sou retalho
que a navalha afiada corta com desdém.
Parece-me que nada resta,
além do mapa que mostra
as linhas acentuadas da distância.
Quisera emendar pedaços de céu,
enlear meus braços nos abraços dos versos,
e debruar caminhos.
E como plano de fundo,
cravar meu olhar
na linha reta de um sorriso.
Rosy Moreira
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