terça-feira, 20 de abril de 2010

ELEGIA





As folhas fragmentadas dos dias

caem sobre o contorno do tempo,pisoteando corpos,

camuflados na sombra da própria silhueta.



Nessas horas de elegia,

meu pensamento se perde no crepúsculo,

feito pássaro seduzido pela brisa,

sem querer voltar.



Às bordas da noite,

meus pés não encontram chão para pisar,

minhas mãos não acham a porta para abrir,

minha boca fala palavras que ninguém entende.



Quero gravar meu querer já gasto

no muro antigo de hera e musgo,

sem linha que o detenha.



Não mais armazenar

esse amor que já não cabe,

sem saber se te tenho,ou se te carrego comigo;



Guardado no lado esquerdo de meus cuidados,

onde o afago não muda.



Rosy Moreira

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