terça-feira, 20 de janeiro de 2009

LÁGRIMAS


Derramo lágrimas

pela angústia que se debruça em meus escritos.


Desgalhando esperanças plantadas

criando espinhos nos maiores planos

devastando os melhores sonhos.


A flor compactua dor comigo.

Se derrama em lágrimas perfumadas.


O mar chora lágrimas de sal

se debatendo na areia.


O rio pranteia lágrimas doces

se desaguando na fúria das correntezas.


O minuano uiva minha dor

em acordes de saudade pelas coxilhas

açoitando a madrugada fria.


E nesse deserto de sonhos perdidos

me recomponho...

cerro os olhos e emudeço.


Sigo em frente...

com meus poemas de cores pardas

apalpando o afago que não veio


...Flor...mar...rio...minuano...

percorrem comigo estreitos caminhos

num espaço apertado onde mal cabe a alma.


Rosy Moreira

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