quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

RETORNO


No corre-corre da cidade

as pessoas cruzam-se olham-se indiferentes

submergidas cada uma...

em sonhos e lamentos.


Por essa estrada sem fim

olho duas paralelas sem volta

onde vultos apressados vão e vem.


O sinal está fechado...

faço um sinal da cruz.

Os minutos que restam elevam à uma prece...


Sigo um caminho

onde às vezes tenho vontade de retornar...

buscar leveza e amarrar com laço

junto aos pesados fardos.


Mas o tempo não pára!


E sigo a rota dessa estrada torta

envolvendo morros com curvas

abraçando encostas com garras

cortando as pernas do manco tempo

rasgando a brisa ao meio.


E no meio-fio...páro!

procuro a calma

no gramado no lago

no asfalto no chão ...fora de mim.


Alguém buzina.

Quebra enfim...a nostalgia!


a correria do dia à dia

faz esquecer quem somos para onde vamos.


sem data de retorno...

sem volta

para um caminho sem rumo sem nada.


Rosy Moreira

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