quarta-feira, 26 de novembro de 2008

NÓS


Quero me livrar desses nós que amarram

onde os ramos tremem

se espremem os braços das árvores

onde a tudo desconheço


por entre trilhas mortas

sua negritude e seu silêncio

habitam a solidão

e a luz anda lacrada.


Quero o vento infiltrado nas ramagens

subindo por as raízes

se espalhando nos galhos


onde somente um par de asas pode vencer

essa floresta fechada já cansada de sombras.


E penetre nos vãos no porão de nada e abismos

e a claridade venha vestida

de um branco nostalgia.


E se sobreponha

sobre essa linha negra do escuro

abrindo janelas ou traço de luz.


Quem me dera esses galhos

fossem ruas de alamedas claras

e desatassem os nós

onde amarro os meus versos e minha voz.


E num momento de inspiração

contemple estrelas penduradas ao vento

de compassos e espaços amplos sem limites

e o eco do grito corra solto aos quatro ventos.


Rosy Moreira

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