A boca da primavera
abre-se num sorriso,
cuspindo pétalas coloridas.
Sopra um sopro perfumado,
hálito brotado do profundo escuro frio,
garoa um aroma doce.
Pinga gota à gota a alegria,
inventando um nó cego nos labirintos do tempo,
pulando a janela do inverno,
onde o frio mascara a alma do mundo.
Desce solta a se despetalar
pelas mãos do vento,
modelando confetes no chão,
nas suas calçadas de rumo incerto.
As flores vestem a roupa dos dias,
onde as esquinas se dobram,
pedindo que o tempo pegue um atalho
E que acabe a falta de tempo,
que o tempo nunca se acabe,
e o hoje nunca termine.
Rosy Moreira
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