domingo, 3 de outubro de 2010

ABATE


        Morro aos poucos,

quando o néctar da ausência

bebe minha alegria em grandes goles.


 
Morro aos poucos,

quando a hora é sua,a tarde plena;

minha só a negra espera,ontem,hoje,sempre,ainda.



Morro aos poucos,

quando a mão aflita busca a mão de fechadura,

e o afago dói sem o lábio encostado.



Morro aos poucos,

feito um estranho animal ainda vivo,

gemendo baixinho,sem susto ou sonho.



Marcado a ferro e fogo para o abate,

sem poder voltar atrás.



Rosy Moreira

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