sábado, 19 de junho de 2010

TEATRO



Além da janela,

assisto estática o primeiro ato

desse teatro do cotidiano.



O dia lá fora é diferente,

e meu olhar,feito fragmento solto,

voa sem sentido.



Porém,aqui dentro tudo permanece igual;



Na grade que me cerca,

vejo a solidão,gravada em letras grandes,

que só aprendi a pronunciar

quando cresci.



Tento,em vão,acordar esse poema preso,

adormecido na boca,

feito dor que me consome.



Poeta só,

as palavras saem,

mas ninguém escuta.



No último ato,

tudo sou,nada tenho.



Fecham se as cortinas do meu palco.



Rosy Moreira


Nenhum comentário: