Quando senti necessidade de abrigo,
tive teu útero feito morada,
a acolher-me.
Quando nasci,banhada em lágrimas,
tive teus lábios,para secá-las com beijos.
Quando sorri pela primeira vez,
tu lá estavas,pra festejar.
Quando balbuciei a primeira palavra:"mãe",
tu chorastes de alegria.
Quando dei os primeiros passos,
tu me servistes de apoio,
firmando meu rumo.
De todos os teus gestos,doar-se foi o maior.
Hoje é teu dia.
Inquieta,pobre de afeto,
a buscar um ponto luminoso na distância,
grito teu nome:
Mãe!
A boca seca soltando as frases acorrentadas
no fundo do peito que palpita,
sem poupar palavras.
Mas já é tarde;
Há o vazio,pupila dilatada sem cor,
o rosto carregando o medo até o fim da estação,
onde a noite desembarca.
Tu não estás aqui pra me falar de céu.
Rosy Moreira
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