Desfilo uma alegria inventada,
dançando, insone, a festa
de todos os cegos.
Os pés pisam lentos,
tirando a calma
e marcando o descompasso.
No peito, um coração à procura de alento;
algo que me acompanhe, me alegre,
acenda meu pouco sorriso.
Solidão dói.
Solidão sangra.
Solidão, em batucada,
invade até a alma.
Desperta o que dorme em mim,
e me move além do sono,
além da cama, além do abandono.
Num ritmo louco,
feito moinho sem guia,
faz-me esquecer os beijos
adormecidos na boca.
Solidão,vestida de preto,
pintada de amargura,
sai às ruas comigo.
Sem eu mesma
entender o motivo
dessa triste folia.
Rosy Moreira
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