segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

TRISTE FOLIA




Desfilo uma alegria inventada,

dançando, insone, a festa

de todos os cegos.



Os pés pisam lentos,

tirando a calma

e marcando o descompasso.



No peito, um coração à procura de alento;

algo que me acompanhe, me alegre,

acenda meu pouco sorriso.



Solidão dói.

Solidão sangra.

Solidão, em batucada,

invade até a alma.



Desperta o que dorme em mim,

e me move além do sono,

além da cama, além do abandono.



Num ritmo louco,

feito moinho sem guia,

faz-me esquecer os beijos

adormecidos na boca.



Solidão,vestida de preto,

pintada de amargura,

sai às ruas comigo.



Sem eu mesma

entender o motivo

dessa triste folia.



Rosy Moreira

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