sábado, 8 de agosto de 2009

VENTO SUL



Ontem à noite,

o vento sul soprou sem dó nem piedade.


A menina se encolheu

numa colcha retalhada de tristeza.


Parecia minha, sua solidão.


Ela aninhou-se sem esperanças no nada,

como árvore nua abraçando o frio

que lhe foi imposto.


O que a aguarda

é uma sede desenhada em sonho só,

de uma infância em primavera,

e um calor imaginado.


Rosy Moreira

Nenhum comentário: