domingo, 1 de fevereiro de 2009

MUTAÇÃO


Vim buscar o que me cabe por direito:

a música que não mais toca em minha alma

a pureza da noite nua

o sorriso no menor beco dessa rua

a gargalhada na avenida inteira.


Quero meu sorriso estampado nos lábios

que se retrai em sombra de ais

o som da voz que não sai...

calada voz que trai e dilacera

o silêncio em meus ouvidos...


Quero meu toque...minha sensibilidade...

resgatar depressa o que já era meu

minha alegria...meu encantamento...

que traga de volta o que no tempo se perdeu.


Quero viver o meu enfrentamento

saber-me viva...desigual...em constante mutação

olhar-me no espelho...

conviver com meus medos

coabitar serenamente com minha solidão.


Rosy Moreira

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