Quero ficar aqui...quieta...
cristalizando as horas
(esses vultos vorazes que devoram)
sem nenhum compromisso com a vida.
Mas o tempo...
esse sêr sem nome
esse desconhecido sem rosto
com sua transparente silhueta
corre lá fora...assovia e chega...
teimando em invadir minha porta!
Arranha o muro inteiro dos meus dias.
Se fazendo traços
com seus frios gestos
fazendo o espaço se tornar pequenino.
O tempo vai e tudo arrasta...
enruga a face e amassa a alma.
Acena e leva as lembranças da beleza cristalina.
Enterra no jardim do esquecimento
até mesmo o brilho vivo do olhar.
O tempo é imenso livro de respostas fáceis
para a dolorosa arte de se viver.
Rosy Moreira
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