sábado, 17 de janeiro de 2009

MEDO



Depois de tantos maios passados

ainda não cresci totalmente.


Têm vezes que me sinto criança só.

Sem berço...

sem abraço...

sem fábulas.


O medo me agarra com as mãos.

Me enreda e me leva para o meio do nada

e o escuro da noite.


Me sufoca numa angústia sem fronteiras.


Parece que mata minha coragem aos poucos

nesse estranho percurso que corta o solo.


Gasto os dias os anos as horas

fico às margens do tempo e do espaço

invadida por essa fera que amordaça.


Vigia meus passos me persegue

entra na minha intimidade e poemas.


Ele me embaça os olhos

tão comprido é o negro véu dos seus assombros.

O medo é um medo só...

uma companhia que se faz silêncio.


Tento encará-lo na própria face.

Ele me vira as costas.


Ergo a voz ao seu tamanho.

Ele ignora...

chega e se amoita na minha mente

se enredando em minha total fragilidade.


Rosy Moreira

Nenhum comentário: