Depois de tantos maios passados
ainda não cresci totalmente.
Têm vezes que me sinto criança só.
Sem berço...
sem abraço...
sem fábulas.
O medo me agarra com as mãos.
Me enreda e me leva para o meio do nada
e o escuro da noite.
Me sufoca numa angústia sem fronteiras.
Parece que mata minha coragem aos poucos
nesse estranho percurso que corta o solo.
Gasto os dias os anos as horas
fico às margens do tempo e do espaço
invadida por essa fera que amordaça.
Vigia meus passos me persegue
entra na minha intimidade e poemas.
Ele me embaça os olhos
tão comprido é o negro véu dos seus assombros.
O medo é um medo só...
uma companhia que se faz silêncio.
Tento encará-lo na própria face.
Ele me vira as costas.
Ergo a voz ao seu tamanho.
Ele ignora...
chega e se amoita na minha mente
se enredando em minha total fragilidade.
Rosy Moreira
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