terça-feira, 6 de janeiro de 2009

ILHA SÓ


Porque você foi porta só...

não me abrigou...

me cobriu de medo e saudade.


Me alimentou de fuga e procura

e para a sede me deu de beber

minhas próprias lágrimas.


Você se escondeu no seu porão

esquecendo que existe

um mundo grande aqui fora.


Nas esquinas...nas ruas

procurei nos olhos de quem passava

o brilho que não encontrei em seus olhos.


Porque tenho uma alma que sonha e vibra.


Nesga de um reflexo de sol

rasgada e colhida com os dedos em desatino.


Você se fechou em círculos

Punhado de terra cercado por todos os lados.

Ilha flutuante de mastro partido

que anda e atraca outra vez no mesmo lugar.


Você sente os braços grandes do mar

do vento do horizonte... e se retrai.


Sente o meu abraço aberto em concha.


E se fecha assim maior que a noite

sentindo o penoso fardo

de um náufrago acostumado com a solidão.


Rosy Moreira

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