Porque você foi porta só...
não me abrigou...
me cobriu de medo e saudade.
Me alimentou de fuga e procura
e para a sede me deu de beber
minhas próprias lágrimas.
Você se escondeu no seu porão
esquecendo que existe
um mundo grande aqui fora.
Nas esquinas...nas ruas
procurei nos olhos de quem passava
o brilho que não encontrei em seus olhos.
Porque tenho uma alma que sonha e vibra.
Nesga de um reflexo de sol
rasgada e colhida com os dedos em desatino.
Você se fechou em círculos
Punhado de terra cercado por todos os lados.
Ilha flutuante de mastro partido
que anda e atraca outra vez no mesmo lugar.
Você sente os braços grandes do mar
do vento do horizonte... e se retrai.
Sente o meu abraço aberto em concha.
E se fecha assim maior que a noite
sentindo o penoso fardo
de um náufrago acostumado com a solidão.
Rosy Moreira
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