Despetalou meu coração
numa brincadeira sem graça de mal-me quer
jogando suas folhas machucadas ao vento.
Triste o destino de se nascer frágil
de se oferecer em perfume
de se fazer pétala... e se abrir inteira.
Mas é difícil cultivar flores
quando se pensa e se faz só espinhos.
Amanheço todas as manhãs.
E todas as vezes me disponho a florescer.
Recriar meu corpo...pétala e perfume.
Pois tenho plantado em mim
um desejo germinado de sobreviver sempre.
De querer-me sempre viva
sempre renovada...
Mesmo que arranquem minhas vestes
me dividam ao meio
me despedacem inteira
me joguem na lama...
partam minha esperança
e arranhem minhas feridas.
Minha força corre no peito
...sem nome se instala nas veias.
Sangrando aos poucos...
me faço nova brotação.
Rosy Moreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário