terça-feira, 6 de janeiro de 2009

BROTO NOVO


Despetalou meu coração

numa brincadeira sem graça de mal-me quer

jogando suas folhas machucadas ao vento.


Triste o destino de se nascer frágil

de se oferecer em perfume

de se fazer pétala... e se abrir inteira.


Mas é difícil cultivar flores

quando se pensa e se faz só espinhos.


Amanheço todas as manhãs.

E todas as vezes me disponho a florescer.

Recriar meu corpo...pétala e perfume.


Pois tenho plantado em mim

um desejo germinado de sobreviver sempre.


De querer-me sempre viva

sempre renovada...

Mesmo que arranquem minhas vestes

me dividam ao meio

me despedacem inteira

me joguem na lama...

partam minha esperança

e arranhem minhas feridas.


Minha força corre no peito

...sem nome se instala nas veias.

Sangrando aos poucos...

me faço nova brotação.


Rosy Moreira

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