Foram tantas as tardes que morreram em mim!
Feito onda que some,
numa decomposição insana,
na argila verde do profundo mar.
Estou aqui, buscando-te na saudade,
em direção ao poente.
Presa à margem,como barco envelhecido,
à mercê das tempestades.
Sou a própria carcaça abandonada,
jogada aos pedaços,
silenciosa,mansa ,escura.
Parece-me que nada restou para colher,
senão a lágrima sentida,
escorrida em branco sentimento,do peito dos olhos.
Sem nenhum espectador.
Rosy Moreira
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