domingo, 6 de setembro de 2009

CHAMADO



Vem...quero suas mãos

acomodando-se no silêncio do meu corpo

como folha aos pedaços despencando em desalinho.



Vem...como velho arado


lavrando minha terra lentamente



virando às avessas esse chão descoberto

onde a brisa leve imortaliza os sonhos.


Recolhe o melhor de mim



temperado pelo sol do dia-a-dia



depositando suas sementes

nesse campo regado de esperas.


Vem...como broto novo

germinado depois de muitas luas.



Uma rara raiz ao fundo



pondo-me em pé.




Como árvore nua de outono exposta ao vento.




Rosy Moreira

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