Te olho pela janela aberta da lembrança,
com olhos ouvidos e boca famintos,
e não mais te vejo.
Nessa memória quase apagada,
rabisco traços de um eterno momento
do teu sêr em azul ondulação,
pousado no meu.
Uma saudade escura como dilúvio
invade o pensamento,
rasgando os prantos brancos
de toda a ternura.
Misturando o escuro luto do meu sozinho estar,
com o nevoeiro que cobre de sombras,
sua face refletida.
E nessa obra de tristeza,
roço os dedos na tua imagem,
que apenas pressinto,
num abraço de luz que engole a treva.
Embebida
de sol e lua ao mesmo tempo
...te desenho mil arco-íris.
Rosy Moreira
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