quinta-feira, 4 de junho de 2009

SEM LEME


Batendo asas em rodopio

os sentimentos desfolhados

pousam incertos.


Enfrento como ave nova

o meu céu em gestos revoltos

sobrevoando alto e fundo

lá onde a alegria se quedou.


A brisa me leva...

me despe e veste de negro

essa ausência sem colorido ou consolo...

onde vasculho à sua procura.


O velho náufrago que me habita

divaga anda tropeça e nada!

numa sensação lerda de perda

de sentimentos afogados vindos à superfície.


Cada todo de mim

implora suplica deseja

como um porão desabitado

as reais imagens de alegria

que apenas pressinto.


Me debato concha vazia ao mar

terra em sombra

ar em queda contínua

na curva tonta da noite

onde esperanças tombam adormecidas.


Perdi o leme...

sou só um esboço nesse bailar de espumas.


Rosy Moreira

Nenhum comentário: