A folha seca cai lentamente.
Ramagens amarelo-pálidas seguem caminho
ocultas no pó da estrada
dando lugar ao novo que se aproxima.
Tudo está tão marcadamente belo
e a luz habituada a espiar pelos cantos
aparece ofuscante
num agudo arremesso de claridade.
Minha inspiração se desnuda
e minha poesia é acariciada
pelas mãos do vento que ousado...
desce os degraus do seu corpo.
Entrelaçar de mãos
comunhão e afagosde flores do campo
perpetuando as distâncias
que se aproximam.
Me identifico com essa luz
a espiar pelas frestas do dia
emprestando vida até mesmo à poesia
numa suspirada aceitação
que a vida habita dentro da gente.
Rosy Moreira
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