O tempo me olha de longe
deixando-me tão calma,
fazendo-me parceira da minha própria caminhada.
Sento-me ouvindo o murmurio do vento.
Sou o próprio poema não lido,
com melodia nova, letra e rima,
escorrendo no espaço feito água cristalina
levando embora todos os amores perdidos.
Meu olhar segue a última gota de amargura retida
como cortejo fúnebre
correnteza afora.
correnteza afora.
Vestígios de amores mascarados
sem início nem fim...
com a certeza que águas novas
de novas correntezas apontam suas ruas...
abrem caminhos e segredos
pingando gota a gota seus encantos virgens.
Rosy Moreira
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