Quero arrancar do peito toda a dor.
Aprender a plantar e regar
no quadro negro dos olhos o poema inteiro.
Não mais me sentir aos pedaços.
Quero um amor plantado ao meio
e brotado todo.
Nem tanto ao sul nem tanto ao norte...
nascido do fundo e minando raízes.
Cultivar semente por semente.
mantê-lo sempre verde
...sempre novo.
Quero apalpar as mudas
como quem ganhou uma doação
...uma árvore rara em extinçao.
Que vingue no corpo na alma
nas mãos no coração
erguendo um vasto sonho no peito
lançado à ventania.
E quando vier a brotação desse sentimento
eu preciso me erguer
reconstruir a plantação
membro a membro
galho a galho
alma e sangue e seiva
e entregar-me indefesa sem medo
nessa ânsia selvagem e sadia
do germinar e arrebentar da terra.
Nascer quantas vezes for preciso.
Sentir-me viva agora!
Rosy Moreira
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