Espelho meu:
te encaro frente a frente,
olho no olho,
sem máscara na face,
sem artifício ou disfarce.
Dispo-me dessas vestes rasgadas,
de um passado amor
tecido fio a fio,
tecido fio a fio,
caído aos pedaços.
Ausência e solidão refletem o vazio,
nessa imagem distorcida.
É preciso recompor a fibra,
costurar as feridas,
alinhavar os pedaços,
emendar os sentimentos,
com um fio forte de esperança.
Bordar dobras de afeto com a maciez do veludo,
tecer carinho leve de algodão,
cortar o que sobra.
Medir palmo a palmo o que vale a pena.
Rasgar o véu da indiferença,
redesenhar a imagem dessa dor emoldurada.
Rosy Moreira
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