segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

ESPELHO



Espelho meu:

te encaro frente a frente,

olho no olho,

sem máscara na face,

sem artifício ou disfarce.


Dispo-me dessas vestes rasgadas,

de um passado amor

 tecido fio a fio,

caído aos pedaços.


Ausência e solidão refletem o vazio,

nessa imagem distorcida.


É preciso recompor a fibra,

costurar as feridas,

alinhavar os pedaços,

emendar os sentimentos,

com um fio forte de esperança.


Bordar dobras de afeto com a maciez do veludo,

tecer carinho leve de algodão,

cortar o que sobra.

Medir palmo a palmo o que vale a pena.


Rasgar o véu da indiferença,

redesenhar a imagem dessa dor emoldurada.


Rosy Moreira

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