sábado, 22 de novembro de 2008

SOLIDÃO




Solidão é um plantar espinhos em carne-viva

as dores se escondem

onde mais nos doem

em fúrias e abraços.


Todo um arcenal de punhais nos cravando ao meio

uma formigação!

Quando me vejo sózinha

é como um carretel de linha perdendo o fio da meada.


Represa a despejar toda a água

que não move moinhos.

Ela bate de porta em porta

como a pedir esmolas


enterra a faca fere a ferida

me estende a palma das mãos

me pega as pregas da alma

e se instala no centro

no antro do meu olhar adentro.


Se esconde no fundo

da caixa-preta lacrada do meu eu.


Solidão...ponto de exclamação

na curva torta da noite

Na contramão do caminho.


Rosy Moreira

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