Solidão é um plantar espinhos em carne-viva
as dores se escondem
onde mais nos doem
em fúrias e abraços.
Todo um arcenal de punhais nos cravando ao meio
uma formigação!
Quando me vejo sózinha
é como um carretel de linha perdendo o fio da meada.
Represa a despejar toda a água
que não move moinhos.
Ela bate de porta em porta
como a pedir esmolas
enterra a faca fere a ferida
me estende a palma das mãos
me pega as pregas da alma
e se instala no centro
no antro do meu olhar adentro.
Se esconde no fundo
da caixa-preta lacrada do meu eu.
Solidão...ponto de exclamação
na curva torta da noite
Na contramão do caminho.
Rosy Moreira
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