Corre-se o risco
de se ter mais soluço, e pouco sorriso.
Corre-se o risco
de não perceber a própria sombra,
quanto mais a clara luz acesa aqui dentro.
Corre-se o risco
de não nos percebermos cigarra,
explodindo o peito numa suave canção,
e continuarmos formiga dia após dia,
seguindo sempre a mesma trilha.
Corre-se o risco
da porta se fechar durante a noite,
e o dia acordar e não sair,
e o poema se desinventar.
Esquecer o nome,
o mundo, a palavra ,o sonho ,o equilíbrio.
Corre-se o risco
de tropeçarmos no fim do túnel,
esquecendo que somos holofotes de rara luz,
e perdermos o brilho natural.
Corre-se o risco
de trocar a menor paz por maior guerra.
Corre-se o risco
de não darmos ao tempo,apenas um instante.
Veloz
a vida verte sua essência,
a vida verte sua essência,
nessa forte represa que arrebenta.
Muitas vezes morre-se sem ter vivido.
Corre-se o risco...
Rosy Moreira
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