domingo, 5 de julho de 2009

JANELA DA LEMBRANÇA


Te olho pela janela aberta da lembrança,


com olhos ouvidos e boca famintos,


e não mais te vejo.



Nessa memória quase apagada,


rabisco traços de um eterno momento


do teu sêr em azul ondulação,


pousado no meu.



Uma saudade escura como dilúvio


invade o pensamento,


rasgando os prantos brancos


de toda a ternura.



Misturando o escuro luto do meu sozinho estar,


com o nevoeiro que cobre de sombras,


sua face refletida.



E nessa obra de tristeza,


roço os dedos na tua imagem,


que apenas pressinto,


num abraço de luz que engole a treva.



Embebida


de sol e lua ao mesmo tempo


...te desenho mil arco-íris.



Rosy Moreira

Nenhum comentário: